Digitalização e standards globais melhoram eficiência em contextos clínicos diferenciados

O impacto dos standards globais e da digitalização na eficiência em contextos clínicos diferenciados foi tema de uma sessão do primeiro dia do 3rr HealthCare Online Summit da GS1, a 16 de outubro, e confirma facilidade de integração pelos interlocutores participantes de todos os standards coexistentes no setor da saúde.

Moderada por Mandy Griffin, Diretora não Executiva da NHS-National Health System Foundation Trust de South West Yorkshire, a sessão abriu com o repto lançado aos quatro participantes para que comentassem o facto de algumas vozes reportarem a dificuldades da indústria em compreender todos os standards coexistentes no setor da saúde.

Andy Crosbie, Post Market Surveillance Strategy Manager, Medicines, da Agência Reguladora do Medicamento e Produtos de Saúde do Reino Unido (MHRA –  Medicines and Healthcare Products Regulatory Agency) rebateu essa perspetiva de dificuldade com a apresentação do Sistema Scan4Safety, implementado no Sistema de Saúde do Reino Unido (NHS – National Health System),  e o seu roll-out. Como destacou, este sistema constitui o desenvolvimento de um sistema de informação sobre dispositivos médicos em Inglaterra, com expansão prevista para as restantes cidades no Reino Unido, num futuro próximo. Este sistema regista informação de doentes e dispositivos médicos, permitindo a partilha dessa informação. Andy Crosbie acrescentou ainda que a MHRA está a desenvolver uma base de dados central que permite a ligação de todos os registos existentes e que se prevê venha a ser semelhante à EUDAMED, a base de dados europeia para oS dispositivos médicos, e à GUDID, a base de dados de UDI – Unique Device Identifiers, gerida pela FDA- Food and Drugs Administration dos Estados Unidos.

Roger Dukers, Expert Application Manager SAP, do Centro Médico de Zuyderland, nos Países Baixos, sustentou a mesma posição de facilidade de compreensão dos standards aplicáveis ao setor da saúde. Roger Dukers, responsável da rede de provedores de saúde nos Países Baixos, que integra hospitais, lares, cuidados paliativos e geriátricos, partilhou que os Países Baixos dispõem de uma base de dados própria para dispositivos médicos que recorre a GDSN como base, estando em desenvolvimento o emparelhamento desta plataforma com a EUDAMED. Como destacou, a base de dados dos Países Baixos garante, por exemplo, o controlo desde a dispensa até à implantação no paciente de dispositivos implantáveis de Classe III. Roger Duckers admitiu alguns problemas iniciais na adoção da plataforma, nomeadamente, porque os standards utilizados não eram standards GS1 e porque muitos fornecedores não estavam sensibilizados para as exigências regulamentares.

Dr. Alberto Sanna, Diretor do Centro de Tecnologia Avançada em Saúde e Bem-Estar, do Hospital S. Raffaelle, em Milão, Itália, destacou que “temos de trabalhar tanto quanto possível para proteger os doentes, mas agora estamos conscientes de que devemos também considerar a proteção dos fornecedores e prestadores de cuidados de saúde. Como destacou, o Hospital de S. Raffaelle implementou uma solução do Antares Vision Group que recorre a standards GS1. Com recurso a um software específico, este sistema garante a monitorização de medicamentos, rastreabilidade e identificação, gestão de stocks e distribuição.

Peter O’Halloran, Chief Information Officcer & Executive Group Manager, da Direção de Saúde do Território da Capital Australiana (ACT) acompanhou a totalidade do plano implementado por aquela entidade para melhorar os cuidados prestados aos doentes. O plano exigiu a aquisição de computadores sobre rodas, a implementação de sistemas de identificação com recurso a standards GS1 e apoio de software. Este investimento resultou, entre outros aspetos, na redução em 40% dos erros na recolha de sangue (rotulagem errada, por exemplo), redução de erros de medicação, evitando entre 2 a 3 erros de medicação por dia.

Os participantes na sessão disponibilizaram-se para partilhar detalhes dos projetos apresentados, no termo da sessão e posteriormente, durante a respetiva divulgação, devendo para isso ser contactada a organização-membro da GS1 no país respetivo. Em Portugal, é a GS1 Portugal que representa o Sistema de Standards GS1.