Tendências, inflação e o consumidor

  • Estamos a entrar formalmente numa recessão, com 2023 a ser um ano económico mais difícil do que o anterior
  • Muitas marcas podem naturalmente desacelerar na inovação, particularmente as pequenas e médias empresas
  • Simultaneamente, os consumidores estão a preparar-se para as suas estratégias de poupança, mas não se vão contentar com menos inovação

Fonte: NielsenIQ

Manter-se relevante para os consumidores, requer um foco contínuo na inovação de novas marcas

Face às pressões inflacionistas, à perturbação global e aos consumidores cautelosos, muitas marcas podem naturalmente desacelerar na inovação, em especial as pequenas e médias empresas. No entanto, apenas 6% dos inquiridos em todo o mundo são adversos a experimentar novas propostas.

De facto, a inovação é considerada um aspeto “funcional” fundamental que faz de um produto a escolha vencedora da compra, uma vez que 81% dos inquiridos globais estão interessados em usar uma marca que muda regularmente e melhora os seus produtos.

Disposição para novas tendências em todo o mundo

  • Líderes de tendência

Este segmento de consumidores gosta essencialmente de ser o primeiro a experimentar coisas novas; para ser pioneiro e partilhar com os demais os novos produtos. Os principais mercados com estes consumidores são:

Egito (66%): Apesar de os “lutadores” serem o segmento económico mais importante do mercado (26%), os consumidores egípcios continuam a liderar o ritmo no que diz respeito à procura e experimentação de novos produtos.

Turquia (43%): Quando questionados sobre quais os fatores que influenciam a experimentar algo fora do seu âmbito habitual de compras de marcas, 42% dos inquiridos turcos afirmam ter notado uma nova marca e quiseram experimentar algo diferente.

Indonésia (41%): Na verdade, 95% dos inquiridos indonésios notaram que entre as razões funcionais que levam à escolha de uma marca, em vez de outra, está a oferta de uma ampla gama de produtos — desde sabores a tamanhos de embalagem.

  • Abertos à inovação

Globalmente, 40% dos inquiridos pertencem a esta categoria. Gostam de experimentar coisas novas e tentam acompanhar as novidades, muitas vezes à procura de novos produtos. Os principais mercados com estes consumidores são:

Brasil (57%): Quando se trata de avaliar uma nova compra de marca, 39% dos inquiridos brasileiros notaram que procuram uma marca que tenha benefícios para satisfazer as suas necessidades.

México (49%): Os marketeers devem notar que 41% dos inquiridos no México foram aliciados a comprar uma nova marca ou produto devido a uma promoção, exibição ou publicidade atraente.

China (48%): Os inovadores afirmam: 86% dos inquiridos na China notaram que um dos principais motivadores para fazer uma compra de marca (nova ou regular) é a que apresenta uma característica diferente ou mais interessante do que as outras marcas.

Seguidores convencionais

Estes consumidores tendem a, por vezes, experimentar coisas novas, mas não se esforçam por procurá-las, reconfortando-se com o convencional. Os principais mercados com estes consumidores são:

Canadá (42%): Na verdade, 20% dos inquiridos no Canadá notaram que a principal razão pela qual poderiam ter feito uma nova compra de marca, recentemente, foi a de não conseguirem encontrar a marca a que estão habituados.

Austrália (38%): Como 39% dos consumidores na Austrália consideram-se cautelosos com os seus gastos, descobrimos que 23% dos inquiridos disseram ter sido solicitados a experimentar uma nova marca apenas depois de receberem uma amostra previamente; e outros 34% seguiram o conselho de outros que experimentaram o produto primeiro.

Reino Unido (38%): Cerca de 35% dos inquiridos do Reino Unido afirmaram ter sofrido perda de emprego devido à COVID (com uma parte deles a recuperar). Por isso, não foi surpresa nenhuma que, ao optar por experimentar uma nova marca, 25% dos inquiridos afirmasse que uma promoção atraente os encorajaria a fazê-lo.

  • Candidatos à rotina

Como o nome sugere, esta parte dos consumidores raramente procura experimentar coisas novas. Encontram conforto em saber o que estão a experimentar a partir das suas escolhas regulares de marca, não arriscando comprar algo que não funciona.

A boa notícia para as marcas, pequenas e grandes, é que este segmento constitui uma pequena parte dos consumidores atualmente. Em todo o mundo, representam apenas 6% dos compradores. 

O que vem a seguir para as pequenas marcas

Sabendo que, atualmente, apenas uma fração dos compradores globais é avessa a novos produtos, é importante pensar conceptualmente sobre o ciclo a que as tendências podem despertar o interesse dos consumidores. É provável que o word of mouth comece com líderes de tendência, e algumas marcas podem fazer a ponte entre o interesse para uma parte dos que procuram inovação também. Mas para muitos, é difícil contornar o interesse convencional. As poucas marcas que conseguem sustentar o ímpeto devem manter uma sensação de novidade para os mais experientes, enquanto tentam ganhar a confiança dos seguidores convencionais e dos que procuram rotinas.

Artigo original disponível em https://nielseniq.com/global/en/insights/analysis/2022/trends-inflation-and-your-consumer/#niq-tab-3